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Ecocardiograma fetal: quando devo fazer?

Segundo o Ministério da saúde, a cada ano nascem mais de 30 mil crianças cardiopatas no Brasil, sendo a cardiopatia a 3ª principal causa de óbitos de bebês no primeiro mês de vida. Por isso, o exame de ecocardiograma fetal é tão importante.

Também conhecido como ecocardiografia fetal, o exame faz parte do acompanhamento pré-natal, e é essencial para gestantes de alto risco e com histórico de doenças congênitas na família. Além disso, atualmente também é recomendado para as gestações de baixo risco, pois, sabemos que 90% das cardiopatias congênitas não estão associadas a fatores de risco. 

A seguir, conheça um pouco mais sobre o ecocardiograma fetal e quando realizá-lo!

Ecocardiograma fetal: conhecendo o exame

O ecocardiograma fetal é um exame de imagem realizado durante o período gestacional da mulher. Esse procedimento avalia a saúde do coração do bebê por meio de ondas sonoras de alta frequência, ainda no útero da mãe. 

O teste mostra o desenvolvimento do coração da criança por meio do registro do músculo cardíaco e dos principais vasos relacionados.. Além disso, o ecocardiograma fetal revela detalhes relacionados ao funcionamento do coração, como velocidade do fluxo sanguíneo nas válvulas cardíacas.

Qual o objetivo do exame?

O exame é utilizado para avaliar o funcionamento do coração e identificar cardiopatias, que são as mais frequentes malformações dos bebês. Ele é mais realizado, visto que outros exames, como o ultrassom morfológico, não permitem um diagnóstico de cardiopatias congênitas, desenvolvidas pelo bebê durante a gestação. Tais doenças podem ter causas genéticas ou devido à interferência de infecções virais e usos de medicamentos durante a gestação, ou de causas não determinadas.

Desse modo, o exame se tornou uma das principais ferramentas para o reconhecimento e acompanhamento de patologias cardíacas intra-útero. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que o ecocardiograma fetal seja realizado no período pré-natal.

Quando deve ser feito?

O ecocardiograma fetal deve ser realizado a partir da 18ª semana de gestação. Isso porque, é a partir desse período que o sistema cardiovascular da criança permite maior precisão de análise. Além disso, é importante considerar alguns fatores que podem dificultar o resultado desse processo. Entre eles, podemos apontar:

  • agitação do bebê;
  • posição fetal;
  • espessura da parede abdominal;
  • gestação múltipla;
  • volume de líquido amniótico;
  • exame realizado ao final da gestação.

 

Qual a indicação para o ecocardiograma fetal?

A indicação para realizar o ecocardiograma pode ter diferentes fatores, entre maternos e fetais. Alguns deles exigem que o exame seja realizado ainda na 14ª semana de gestação. Veja quais são eles:

  • histórico familiar de cardiopatias congênitas;
  • mulher com mais de 35 anos (aumento de risco para malformações fetais);
  • histórico de filho anterior com cardiopatia;
  • mãe menor de 18 anos;
  • mulher com diabetes (seja adquirida na gestação ou pré-existente);
  • mãe com doença autoimune;
  • infecções maternas como rubéola ou toxoplasmose, que podem comprometer o desenvolvimento do coração;
  • uso de anticonvulsivantes e antidepressivos nas primeiras semanas de gestação;
  • uso de drogas, como a cocaína, e álcool;
  • gravidez gemelar;
  • suspeitas de anormalidade cromossômica;
  • suspeitas de anormalidade cardíaca;
  • alterações identificadas no ultrassom obstétrico ou no pré-natal;
  • exposição a agentes como lítio, anti-inflamatórios não-hormonais e outros;
  • arritmias fetais;
  • anomalia extracardíaca;
  • restrição de crescimento fetal grave;
  • hidropisia fetal não imune;
  • translucência nucal aumentada;
  • taquicardia (frequência acima de 200 bpm);
  • bradicardia (frequência menor que 100 bpm);
  • doppler do ducto venoso e/ou veia umbilical anormal;
  • aumento de cavidades do coração do bebê
  • derrame pericárdico e massas ou tumores identificados na criança.

Como o exame funciona?

 O exame de ecocardiograma fetal permite que o profissional obtenha imagens captadas por meio de ondas sonoras. Esse procedimento é realizado por um cardiologista pediátrico, com duração de até 30 minutos.

Durante o ecocardiograma, a gestante deve manter-se deitada em uma maca, enquanto o profissional, com a ajuda do gel condutor, utilizará o transdutor por toda a barriga, de modo a obter as imagens do bebê, do mesmo modo que em um ultrassom obstétrico.

Com esse exame finalizado, as ondas são processadas e convertidas em imagens. Essas, por sua vez, serão analisadas pelo médico especialista. Ao realizar esse tipo de exame, é importante que a gestante leve todos os outros testes que já foram feitos até o momento, principalmente o ultrassom morfológico. Assim, o cardiologista fetal pode realizar uma avaliação completa, de forma detalhada.

Para que serve o ecocardiograma fetal com doppler?

O ecocardiograma fetal pode ser realizado também com a modalidade doppler, utilizada para verificar o fluxo sanguíneo em vasos. Afinal, o som dos batimentos do coração do bebê, além de emocionar os pais, pode também indicar uma série de anormalidades em sua saúde.

Desse modo, o uso do doppler no exame enriquece os resultados, permitindo que o diagnóstico se torne ainda mais preciso. Além disso, essa modalidade permite identificar possíveis irregularidades do fluxo de sangue, indicando complicações cardíacas e, consequentemente, outros problemas como, por exemplo, a Síndrome de Down. Em indivíduos com essa síndrome, a prevalência de anomalias cardíacas congênitas é de 40 a 50%.

Agora você já sabe a importância de realizar o ecocardiograma fetal. Portanto, caso tenha algum caso na família ou identifique alguma das indicações para a realização, fale com o médico responsável por seu acompanhamento gestacional e realize o exame!

Quer continuar acompanhando assuntos como este? Então, conheça os exames mais importantes durante a gestação!